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Sete corpos são achados em pedras no mar da Praia Vermelha, e parentes dizem que vítimas foram executadas pela PM

11 de junho de 2018
As equipes dos bombeiros no mar | Reprodução

Sete corpos foram encontrados, neste domingo, na Pedra do Anel, na Praia Vermelha, na Urca, Zona Sul do Rio de Janeiro. Um grupo de parentes dos mortos está no local e afirma que eles são traficantes que estavam desaparecidos desde a sexta-feira, quando houve uma troca de tiros no local entre policiais militares e bandidos que fugiam dos morros Chapéu-Mangueira e Babilônia, no Leme, ainda na Zona Sul.

“Os PMs botaram todos de joelhos e dispararam contra as cabeças deles. Logo depois, os militares jogaram todos de uma ribanceira”

A prima de um dos mortos acusa policiais militares de terem executado o grupo e, depois, jogado os corpos na água. Os cadáveres foram localizados por um grupo de pessoas que saiu a pé do Chapéu-Mangueira e chegou à Praia Vermelha após andar por uma trilha durante duas horas.

“Todos os traficantes que morreram eram do Chapéu-Mangueira. O que sei é que um traficante que conseguiu fugir disse que os policiais do (Batalhão de Polícia de) Choque, na sexta-feira, por volta das 15h, entraram pela mata da Vila Militar e surpreenderam os rapazes. Houve uma intensa troca de tiros e ele se renderam. Os PMs botaram todos de joelhos e dispararam contra as cabeças deles. Logo depois, os militares jogaram todos de uma ribanceira”, conta uma auxiliar de serviços que é prima do traficante Ernâni de Souza Francisco, o Boldinho, de 22 anos, que também foi encontrado morto nas pedras.

Além de Boldinho, foram localizados os corpos de Franklin, o Tinaia; Ângelo, o Foca; Da Coreia; Nathan da Vila Aliança; e HB.

Os parentes acionaram o Corpo de Bombeiros, que começaram a busca na água por volta das 6h50. Atuam no local o quartel do Humaitá e os Grupamentos Marítimos de Botafogo e de Copacabana. Os corpos foram encontrados próximo às pedras, num local de difícil acesso.

Os agentes da Delegacia de Homicídios (DH) da Capital fizeram a perícia nos corpos e constataram que cinco deles estavam vestidos com roupas camufladas, próprias para serem usadas na mata, e ainda usavam capas de coletes balísticos.
Até o início da noite, dois mortos haviam sido identificados pelos familiares: Daniel Duarte e Natan Isaac Sousa Santos, ambos de 27 anos. Segundo a Polícia Civil, os dois tinham passagem pela polícia por associação ao tráfico de drogas e organização criminosa.

Na tarde de sexta-feira, bandidos dos morros Chapéu-Mangueira e Babilônia fugiram pela mata em direção à Praia Vermelha durante uma operação do Batalhão de Choque nas comunidades. Um policial ficou ferido após uma troca de tiros na Urca. Na ação, um homem foi preso. O bondinho do Pão de Açúcar, um dos principais pontos turísticos da cidade, suspendeu a operação por cerca de duas horas e meia e encerrou mais cedo o funcionamento do serviço. Ainda não há informações se essas seis mortes estão ligadas ao episódio.

 

Por Marta Szpacenkopf e Ricardo Rigel

Fonte: Jornal Extra