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O dia em que o Senado aprendeu sobre maconha com a caixa de comentários

26 de junho de 2018
Foto por Flávio Sampaio / Folhapress

Uma das consequências imediatas do uso da maconha pode ser a morte. Pelo menos foi isso que o Senado Federal afirmou neste domingo em uma postagem nas redes sociais  na “Semana Nacional Antidrogas” – que acontece entre 19 e 26 de junho. A casa legislativa só não contava com a lição que viria da temida caixa de comentários. Os dados que tinham como fonte a Polícia Federal foram todos refutados.

Com tom alarmista e informações errôneas, o Senado criou sua própria fake news sobre o uso da maconha. Não há registros de mortes provocadas pelo uso da erva. A postagem parece um reflexo do relatório apresentado pelo senador do Acre Sérgio Petecão referente a uma sugestão legislativa que defendia a legalização do cultivo de cannabis para uso próprio. No texto, Petecão destaca os perigos da larica que leva ao consumo de produtos alimentícios prejudiciais a saúde como biscoitos e chocolates.

Tanto o relatório quanto a postagem nas redes do Senado não levam em consideração o uso medicinal da planta. O extrato de canabidiol é usado em tratamentos de doenças como câncer, esclerose múltipla, autismo, alzheimer, epilepsia e parkinson. Famílias brasileiras já cultivam maconha e produzem o óleo em casa com autorização judicial.

O uso recreativo foi legalizado no Canadá na última semana e estima-se que o mercado fature U$4,3 bilhões já no primeiro ano. Mundialmente, é a segunda nação a legalizar a droga, depois do Uruguai. Nos EUA, nove estados já legalizaram a maconha para uso recreativo e 29 para fins medicinais.

Todos esses argumentos foram usados na caixa de comentários da postagem do Senado Federal. Confira as respostas e piadas que a publicação gerou no Facebook:

Diante da repercussão,o Senado Federal tomou nota da lição dada e optou por apagar a postagem. Não sem antes, tirar o corpo foro e postar uma nota esclarecendo que os dados não são deles e sim da Polícia Federal.

 

Por Juliana Gonçalves e Emílio Moreno

Fonte: The Intercept Brasil