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No Pará, Acampamento Hugo Chávez, do MST, é atacado por pistoleiros

30 de julho de 2018

A Delegacia de Conflitos Agrários se recusou ir ao local da truculência; jagunços ainda rondam o acampamento

Na madrugada deste sábado (28), 450 famílias do Acampamento Hugo Chávez, localizado na fazenda Santa Tereza, em Marabá, Sudeste do Pará, foram atacadas por pistoleiros.

Durante a truculência, foram realizados diversos tiros contra as famílias e fogo foi ateado nos barracos e na estrada, interditando a única via de acesso ao acampamento. Neste momento, jagunços rondam o acampamento.

Ainda na madrugada, a direção do MST registrou a ocorrência junto a Delegacia de Conflitos Agrários (DECA), porém o comandante Rocha, responsável pelo departamento, se recusou realizar as investigações. Ele disse que poderá ocorrer uma carnificina, mas não iriam ao local do ocorrido sem ordens do comando de Belém.

A Secretaria de Segurança Pública e a Promotoria da Vara Agrária também foram acionadas.

A área, onde está localizada o acampamento, foi ocupada na manhã desta última sexta-feira (27) e as famílias relatam que está instaurado um momento de pânico e terror.

Publicamente, o MST tem repudiado a ação de pistolagem, informado a sociedade e exigido das autoridades responsáveis medidas cabíveis contra mais esta tentativa de assassinato de trabalhadores e trabalhadoras no campo na região.

Após o ataque feito por pistoleiros ao Acampamento Hugo Chavez, na madrugada deste sábado (28), o Comitê Brasileiro de Defensores e Defensoras de Direitos Humanos (CBDDH) emitiu uma nota de repúdio em que condena o acirramento da violência contra defensoresde direitos humanos na região.

Leia na íntegra a Nota em repúdio à violência e em solidariedade às trabalhadoras/es sem terra do Acampamento Hugo Chavéz, no Pará

O Comitê Brasileiro de Defensoras e Defensores de Direitos Humanos (CBDDH), rede composta por organizações e movimentos populares, vem a público manifestar repúdio à violência sofrida pelas famílias sem-terra do Acampamento Hugo Chavéz, localizado em Marabá/PA.

O Comitê recebeu notícia de que, nesta madrugada, 28 de julho, as 450 famílias que ocupam a fazenda Santa Tereza, foram violentamente atacadas por pistoleiros e policiais. Segundo relatos das/os trabalhadores/as, por volta da uma da manhã, os pistoleiros chegaram atirando e tocando fogo nos pertences e carros que estavam no acampamento. Trabalhadores foram espancados. As famílias sem-terra relatam momentos de pânico e terror!

De acordo com notícia veiculada esta manhã, “o movimento procurou a Delegacia de Conflitos Agrários (DECA) de Marabá para denunciar e intervir no conflito. “Eles disseram que havia ordem de comando superior de que não poderiam agir, mesmo que houvesse uma carnificina”. Há suspeitas de que policiais também tenham participado da ação”.

As organizações que se reúnem no Comitê reiteram sua preocupação com o acirramento da violência contra defensoras/as de direitos humanos na região. Repudiamos atitudes como a do presidenciável Jair Bolsonaro, que em discurso realizado neste mês no Pará, manifestou apoio à ação criminosa dos policiais responsáveis pela chacina dos 19 trabalhadores sem-terra em Eldorado dos Carajás.

O Comitê Brasileiro de Defensoras e Defensores de Direitos Humanos encaminhará a presente Nota Pública aos espaços e mecanismos de proteção aos direitos humanos para reivindicar providências urgentes para garantir a segurança e a vida dos/as trabalhadores/as rurais e investigar os crimes cometidos contra os/as acampados/as.

 

 

Fonte: MST