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Morte de Marielle não pode ser usada por Temer para justificar intervenção, diz PSOL

16 de março de 2018

Presidente do partido rejeita uso político do assassinato da vereadora pelo governo federal

Temer convocou ministros para discutir a segurança no Rio após morte de vereadora | Foto por Marcos Corrêa / Presidência da República

 

O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, criticou nesta quinta-feira (15) a manifestação feita pelo presidente Michel Temer nas redes sociais sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco. A parlamentar foi morta junto com seu motorista Anderson Pedro Gomes na noite desta quarta-feira no bairro do Estácio, região central do Rio de Janeiro.

“Não vamos aceitar que Temer use esse episódio para justificar a intervenção [federal] no Rio de Janeiro”, afirmou à CartaCapital.

Temer lamentou a morte e disse que foi para evitar situações como esta que o governo federal decidiu intervir na segurança pública fluminense. O Palácio do Planalto determinou que a Polícia Federal participe da investigação para identificar os assassinos de Marielle.

De acordo com Medeiros, Temer e o governador Luiz Fernando Pezão têm “obrigação dar uma resposta” esclarecedora ao que o PSOL entende como um “crime político”. Ele avalia que a morte da parlamentar não fará o partido voltar atrás em críticas à intervenção, vista pelos socialistas como “demagógica” e “autoritária”.

A vereadora era crítica da intervenção no Rio e atuava como relatora da Comissão da Câmara de Vereadores do Rio criada para acompanhar a presença dos militares na capital fluminense. Quinta vereadora mais votada no Rio em 2016, Marielle também vinha criticando a atuação da Polícia Militar nas favelas cariocas.

A vereadora não havia recebido ameaça de morte. “Não tínhamos conhecimento de nenhum tipo de ameaça, senão teríamos tomado providências [de segurança]”, afirma Medeiros.

Em sua conta no Twitter, Temer chamou o crime de “extrema covardia” e afirmou ter pedido ao ministro Raul Jungmann para colocar a Polícia Federal à disposição do general Walter Braga Neto, interventor do Rio de Janeiro. “Esse crime não ficará impune”, disse.  Ele chamou o crime de “um atentado ao Estado de Direito e à democracia”.

O emedebista convocou uma reunião com os ministros Moreira Franco (Secretaria-Geral), Eliseu Padilha (Casa Civil) e Sergio Etchegoyen, do Gabinete de Segurança Institucional, para discutir as investigações sobre o caso.

Jungmann estava em Fortaleza, mas seguiu para o Rio para acompanhar as apurações.

Torquato Jardim, ministro da Justiça, afirmou que a morte de Marielle “não afeta a intervenção no Rio”. Ele defendeu “investigações minuciosas”antes de “levantar hipóteses” sobre os motivos do assassinato

 

Por Nivaldo Souza

Fonte: CartaCapital