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Guilherme Boulos: por que a mídia livre?

30 de março de 2017

Fonte: Mídia Ninja

O coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto, Guilherme Boulos, novo integrante do time de colunistas da Mídia NINJA, fala sobre os desafios da democratização da mídia, e da sua importância para a luta dos Movimentos Sociais

No alto de um morro, sob luzes brancas vindas de barracos estreitos, Guilherme Boulos fala sobre um tema que não estamos acostumados a ouvir da boca dele: a democratização dos meios de comunicação. Como pode ser feita? Qual a importância da comunicação acessível à população? Quem está nas trincheiras dessa luta? Questões assim orientaram a fala do líder, que passa para o outro lado da notícia: deixa de ser o fato, para narrá-los como colunista da Mídia NINJA.

“Democratização dos meios de comunicação é no dia-a dia. Nossa prática é também construir conjuntamente com quem faz uma comunicação independente, popular e democrática, que dá espaços para outra vozes”, apontou Boulos, em relação às novas colunas que assume, também na revista impressa da Carta Capital.

Há mais de 20 anos no MTST, ele destaca a importância de veículos como a Mídia NINJA e a rede Jornalistas Livres na cobertura de manifestações e ocupações, veiculando ângulos invisibilizados pela mídia tradicional, como a história dos militantes e o acompanhamento aprofundado das lutas. Esse trabalho, aproximou também o movimento da mídia livre, o que o fez avançar na comunicação e na construção de redes de mídia ativismo.

O MTST já tem 20 anos, e é um misto entre um movimento mais tradicional com lampejos de novo movimento, de juventude. Nas primeiras ocupações na construção do movimento. o tema de rede não estava posto. Ao longo da construção do MTST e do fortalecimento (…) fomos percebendo na prática a importância que tinha a comunicação pela rede e que era também a pulsão da mídia livre.

Sobre a nova parceria com a Mídia NINJA, Boulos assegura que foi nas ruas e nas lutas que essa junção foi construída. “Esse foi o período [2013] de fortalecimento da posição da Mídia NINJA. E esses encontros começaram a se tornar mais frequentes. Passou a fazer parte da luta do MTST, passou a ajudar a construir um espaço onde as pessoas se reconheciam. A partir disso o Movimento também cresceu, e nos últimos 3 anos o MTST passou ao nível nacional”.

Mais do que uma parceria no conteúdo, a articulação da mídia independente junto aos movimentos sociais faz parte de uma grande construção política, que alterou profundamente a forma como a esquerda como um todo passou a se organizar, uma vez que a comunicação tornou-se uma trincheira essencial na disputa da narrativa.

Apesar disso, foi somente através da trabalho de coletivos como o Fora do Eixo e do seu braço, a Mídia NINJA, que eles se deram conta dessa importância, e alteraram a forma como se relacionam com suas bases. “A construção do MTST com a Mídia NINJA e com o Fora do Eixo mexeu com a identidade política. A ideia de como se comunicar e de como se relacionar com a sua base. Com os vídeos por exemplo, que temos passado nas ocupações e que criam representatividade. Foi disso que veio a proposta bem acolhida por nós de participar dessa editoria de opinião da NINJA”, conta o coordenador.