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Diretas Já leva multidões às ruas em quatro importantes capitais neste domingo

13 de junho de 2017

Fonte: Rede Brasil Atual

Com política e música, São Paulo, Salvador, Recife e Porto Alegre realizaram atos-show que levaram milhares a defender o Fora Temer e o voto popular como saída para atual crise política

Mídia Ninja
Manifestantes tomaram o Farol da Barra, em Salvador

Milhares de pessoas participaram das mobilizações ocorridas neste domingo (11) em quatro das principais capitais do país – São Paulo, Salvador, Recife e Porto Alegre – reivindicando a saída do presidente Michel Temer (PMDB-SP) e a realização de eleições diretas já, com a participação popular como saída para a atual crise política. Nas quatro cidades, os manifestantes também protestaram contra os projetos de reforma trabalhista e da Previdência, principais bandeiras do atual governo.

Na maior delas, em Salvador, o ato Bahia Pelas Diretas reuniu cerca de 100 mil pessoas, segundo estimativa da frente Brasil Popular, uma das organizadoras, em conjunto com demais movimentos sociais e partidos. Desde a tarde, os manifestantes acompanharam os shows de mais de 20 artistas e bandas, com destaque para as estrelas da música baiana Daniela Mercury e Margareth Menezes, além da banda BaianaSystem.

“O canto dessa cidade é pelas diretas”, afirmou Daniela, durante a apresentação. Já em coletiva, a cantora afirmou que o país vive um “estado de exceção” e que é preciso “iluminar a rua com democracia”. Margareth lembrou de “milhares de vidas sendo sacrificadas” pela corrupção e o vocalista da BaianaSystem, Russo Passapusso, pregou desobediência às ordens de “vossa excelência”, em referência ao atual presidente.

Também estiveram presentes a senadora Lídice da Mata (PSB-BA) e os deputados federais Alice Portugal, Daniel Almeida e Deivison Magalhães, todos do PCdoB. Já o presidente da CUT-BA, Cedro Silva, destacou a importância da greve geral, marcada para o próximo dia 30, no esforço para barrar as reformas de Temer.

Para Mariana Jorge, estudante de jornalismo da Universidade Federal da Bahia (UFBA), é importante a soma de artistas às entidades que já fazem o movimento “contra a atual situação política do país”.

“Para nós, do movimento estudantil, não dá pra falar de protesto sem pensar na atualização desses métodos de organização. Entendemos que a luta não deve envolver apenas os grandes trios e os movimentos sindicais. Para alcançar mais pessoas, devemos trazer a cultura para a linha de frente desse processo”, argumentou a estudante.

Em SP, foram as mulheres que deram o tom no ato “por diretas e por direitos”

Em São Paulo, foram as mulheres que deram o tom no ato “por diretas e por direitos“, realizado no Largo do Arouche, que reuniu também artistas, intelectuais, políticas e lideranças do movimentos sociais.

Marcado pela diversidade, passaram pelo palco montado no Largo do Arouche as artistas Lurdez da Luz, Brisaflow, Tati Botelho, Preta Rara, Stefanie Roberta, Barbara Sweet, Luana Hansen e Aíla, Ana Cañas,  Flora Matos, As Bahias e A Cozinha Mineira e os coletivos Slam das Minas, Trans-Sarau.

“Nos sentimos sub-representadas na política. Esse ato é para as mulheres terem fala própria, para dar visibilidade às mulheres, porque são as que mais vão sofrer com a agenda retrógrada e direitos”, declarou a socióloga e professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Esther Solano.

“Hoje, estar aqui nesse ato no Largo do Arouche, que foi palco de grandes manifestações no Brasil, é fundamental para dizer ‘Diretas já’ e por  uma Constituinte que nos respeite. Somos 54% da população e as perdas de direitos caem sobre nós”, afirmou Eleonora Menicucci, socióloga e ex-ministra de Política para as mulheres.

Recife

Já o evento Recife pelas Diretas não contou apenas com a convocação e divulgação pelas redes sociais, mas também se utilizou de financiamento coletivo (crowdfunding) para colocar o bloco na rua, que reuniu milhares, no Cais da Alfândega, no centro da capital pernambucana, até o fim da noite.

Passaram pelo trio elétrico os artistas Marco Polo, Fábio Trummer, Canibal, Beth de Oxum, Banda Rossi, Juliano Holanda, Roger de Renor, Mônica Feijó, Fred Zero Quatro e a Banda Rossi, dentre outros.

Precisamos resgatar nossa democracia, e garantir os nossos direitos conquistados à custa de muita luta e sangue dos que nos antecederam”, afirmou Carlos Veras, presidente da CUT-PE, uma das entidades que apoiaram o movimento, juntamente com as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. Os organizadores não divulgaram estimativa de público.

Sul

Desde a manhã, os gaúchos se reuniram no Parque da Redenção, em Porto Alegre, para exigir a saída de Temer e a realização de eleições diretas. Os organizadores estimaram a participação em cerca de 30 mil pessoas, que puderam acompanham apresentações dos artistas Bagre e Ernesto Fagundes, Hique Gomez, Antônio Villeroy, Negras em Canto, Bebeto Alves, Nani Medeiros e Raul Elwanger.

Com informações da Agência Brasil