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Delegacia NÃO, Memorial SIM!

7 de abril de 2017

Fonte: Jornalistas Livres

Em memória aos 53 anos do golpe militar, os grupos “Núcleo da Memória” e “Memória, Verdade e Justiça de São Paulo”, realizaram nesse sábado, 01/04/2017, o “4° Ato Unificado Ditadura Nunca Mais”. O objetivo do evento é transformar as dependências do DOI-Codi em memorial, evidenciando a importância da conscientização de toda a sociedade, sobre o horror vivenciado durante o período ditatorial que ocorreu no Brasil entre 1964 e 1985. O local foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do estado de São Paulo em janeiro de 2014.

O prédio na Rua Tutóia onde atualmente funciona uma delegacia foi o palco principal da Operação Bandeirantes, mais conhecida como OBAN. A operação foi elaborada em 1969 pelo Exército com o apoio do Estado e das forças armadas. Por lá passaram mais de 6.700 acusados e morreram 50 pessoas, entre elas o jornalista Vladimir Herzog.

O pátio da delegacia estava repleto de cartazes, faixas e banners que denunciam o desaparecimento de presos políticos brutalmente torturados e assassinados; e também repudiam as “Ruas da Vergonha”, que homenageiam torturadores como, dr. Sérgio Fleury, Henning Boilesen e Ênio Pimentel da Silveira.

A apresentação do ato foi conduzida por José Luís del Roio e contou com a presença de alguns dos militantes que sobreviveram às agressões no DOI-Codi e narraram os tristes momentos de crueldade que passaram enquanto lutavam pelo fim da Ditadura Militar. Eles citaram amigos, familiares que foram executados à sangue frio no local que tornou-se um dos cenários mais horríveis da história do país.

O jornalista, ex- preso político e presidente do Conselho Núcleo Memória, Ivan Seixas referiu-se à a triste maneira como foi torturado ao lado do pai, Joaquim Alencar de Seixas, dirigente do Movimento Revolucionário Tiradentes, que, infelizmente, não resistiu às agressões e morreu.

A atriz Dulci Muniz junto ao Núcleo 184 do Teatro Heleny Guariba, fizeram uma intervenção representando o julgamento em que os jovens militantes narravam como foram assassinados, entre as narrações mais importantes estavam a da estudante Aurora Maria Nascimento Furtado e Heleny Guariba.

Por fim, o coro Luter King emocionou o público com belas canções que recordam os “anos de chumbo” do Brasil.