Aula Pública Opera Mundi: como enfrentar a violência contra mulheres?
Fonte: Opera Mundi
“Apenas em 2015, conseguimos incluir na legislação a tipificação do feminicídio e, mesmo assim, a medida ainda é vista como um exagero por uma parcela da sociedade. É muito diferente uma morte resultante de violência urbana ou de conflitos socioeconômicos do que você matar alguém por sua condição de existência. Estamos falando de mortes motivadas pelo pelo fato de serem mulheres. Todos dias morrem mulheres em razão de ‘deixar de fazer o jantar’, ‘não arrumar a cama’ ou ‘porque o marido não aceita a separação’. Debater isso é o primeiro passo para reverter esse quadro”, afirma Luciana.
Para especialista, também é necessária uma compreensão mais abrangente sobre o que é violência. Casos contemporâneos, como acesso às senhas de redes sociais ou ameaças simbólicas, exemplificam que as agressões não se limitam apenas aos ataques físicos.
“Há casos de mulheres que suicidaram após o vazamento de imagens nas redes sociais. Portanto, não podemos tratar o assunto apenas como violência virtual, pois há episódios com desdobramentos claros para o mundo real. Debater essa nova realidade é fundamental para reverter o quadro de um país que é o 5°, em 84 países, que mais mata mulheres. E o 1° colocado que mais mata travestis e transsexuais. E são mortes que estão associadas ao que é feminino nessas pessoas e nesses corpos”, afirma Luciana.