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Após sair no meio de jogo, Doria usa sequência de apagões para defender privatização do Pacaembu

8 de março de 2018

Fonte: Yahoo Esportes | Folhapress

Por Alberto Nogueira

Um dia após o terceiro apagão em jogos no Pacaembu em 2018, o prefeito de São Paulo, João Doria, afastou o administrador do estádio, José Eduardo Gomes. O anúncio foi feito depois de a prefeitura se isentar de culpa no caso e defender a privatização do estádio municipal.

Doria disse que a prefeitura não teve responsabilidade na queda de energia durante o jogo deste domingo (4), entre Santos e Corinthians, a terceira no ano em partidas de futebol. Ele afirmou que o estádio é antigo e que o problema vem de gestões anteriores. Para ele, a única solução para os apagões seria a privatização do espaço público.

“O Pacaembu não foi construído na nossa gestão. Não é um problema dessa gestão, é um problema histórico. A solução é a privatização, isso é muito claro. É um estádio que precisa de manutenção, de altíssimos investimentos, não só em energia”, afirmou.

Segundo o prefeito, a queda de energia é um problema recorrente na região e é de responsabilidade da Eletropaulo, empresa estatal de distribuição de energia.

Em nota, a Secretaria de Esportes e Lazer da Prefeitura de São Paulo afirmou ter pedido à Eletropaulo a instalação de um novo circuito elétrico na região do Pacaembu, alegando que o estádio recebe uma carga instável como consumidor final da linha de transmissão.

Um laudo preliminar da secretaria apontou que a oscilação teria causado um problema na cabine primária do estádio, responsável por receber e gerenciar a distribuição de energia.

A Eletropaulo informou não ter havido problema algum com o fornecimento de sua rede de distribuição elétrica. Diferentemente do prefeito, Jorge Damião, secretário de Esporte e Lazer, isentou a empresa de energia de culpa.

“Não houve culpa da Eletropaulo. Eles estão sendo parceiros na força-tarefa para descobrir o motivo dos apagões”, afirmou Damião.

O secretário afirmou que que a falta de luz se deu devido a um problema no interruptor eletrônico da cabine responsável por receber e gerenciar a distribuição da energia no estádio.

Damião explicou que o afastamento do administrador do estádio foi feito em razão de uma força-tarefa montada nesta segunda (5) entre técnicos da secretaria, Eletropaulo e Ilume, departamento de iluminação pública da Prefeitura de São Paulo.

“Eles têm um prazo de 48 horas para apresentar uma proposta com ações para sanar o problema. Precisamos dar uma resposta imediata”, afirmou o secretário.

A prefeitura informou que os clubes que alugam o estádio precisam garantir geradores para a realização das partidas de futebol.

Mandante do jogo contra o Corinthians, o Santos afirmou que geradores contratados pelo clube estiveram em perfeito funcionamento durante todo o jogo de domingo, “oferecendo energia suficiente ao estádio”.

Antes, outras duas partidas foram interrompidas por queda de energia. O duelo entre Corinthians e São Caetano, em 21 de janeiro, paralisado por 30 minutos, e, dois dias antes, pela Copa São Paulo, Palmeiras e Portuguesa ficaram 15 minutos sem luz.

Privatização

Em agosto do ano passado, a Câmara Municipal aprovou, por 42 votos a 12, projeto de lei enviado por Doria permitindo a concessão do estádio.

Segundo o prefeito, o próximo passo para repassar o estádio à iniciativa privada deve ocorrer em 24 de abril, com a publicação de um edital de concessão.

“São vários candidatos, consórcios e empresas que vão disputar. E quem vencer terá por obrigação a modernização do estádio”, afirma.

No ano passado, a gestão João Doria projetou uma economia anual de pelo menos R$ 576 milhões de recursos públicos com a concessão e venda de equipamentos no âmbito de seu programa de privatizações, que inclui também parques, cemitérios e terminais de ônibus.