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Após narrar torturas na ditadura, Amelinha é alvo de Fake News e ameaças de eleitores de Bolsonaro

26 de outubro de 2018
Reprodução “Memórias da Ditadura”

Após os depoimentos de Maria Amélia de Almeida Teles, presa e torturada na ditadura do regime militar, divulgados na campanha de Fernando Haddad (PT), Amelinha recebe ameaças de apoiadores de Jair Bolsonaro (PSL).

As falas de Amelinha em propagandas de Haddad à Presidência da República descreviam as sessões de torturas que sofreu pelo major do Exército e Comandante do DOI-Codi de São Paulo, Carlos Alberto Brilhante Ustra, após ser presa em dezembro de 1972.

Os filhos pequenos de Amélia foram sequestrados e obrigados a ver seus pais após as torturas. Após o depoimento da presa política ter sido divulgado, alguns eleitores de Bolsonaro chegaram a questionar a veracidade dos relatos e ainda resistentes em admitir as violações da ditadura no Brasil.

Também após a aparição de Amelinha Teles nas propagandas, decrevendo as práticas de tortura contra ela, eleitores espalharam Fake News e passaram a fazer ameaças contra a sua família. Trechos de seus depoimentos foram dados ainda em 2014, acompanhe:

Em uma das mentiras divulgadas nas redes sociais, a afirmação acompanhada de sua foto: “Essa senhora que aparece na propaganda de Haddad chorando. É Amelinha Teles, que junto com seu marido matou e esquartejou militares em nome da ditadura do proletariado”.

A circulação da mentira tomou tanta repercussão que até a agência de checagem Lupa teve que desmentir: “Circula no Facebook a imagem da escritora e militante Maria Amélia de Almeida Teles, acompanhada de um texto sobre os atos que ela teria praticado durante a ditadura militar. Por meio do projeto de verificação de notícias, usuários do Facebook solicitaram que esse material fosse analisado”, informou.

“Maria Amélia de Almeida Teles foi presa junto com seu marido e outro militante de oposição à ditadura militar em dezembro de 1972, em São Paulo. A prisão se deu porque Maria Amélia e os outros militantes seriam os responsáveis por gerir uma gráfica do PCdoB. Não há menção ou qualquer documento público que sustente algum assassinato cometido por ela – que realmente apareceu na propaganda eleitoral do candidato à Presidência da República Fernando Haddad (PT).  Até mesmo Carlos Alberto Brilhante Ustra, militar que torturou Maria Amélia, não menciona qualquer assassinato cometido por ela em seu livro de memórias”, continuou a agência.

Mas não somente mentiras foram publicadas contra Amelinha, como também ameaças foram proferidas contra ela e seus familiares. A militante tortura, ativista e autora de diversos livros recebeu a solidariedade de diversas pessoas contra as ameaças e difamações dirigidas a ela. Acompanhe:

 

 

Fonte: Jornal GGN