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Guilherme Boulos | Após mobilização e campanha históricas, é hora de somar forças contra o fascismo no 2º turno

8 de outubro de 2018

Coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto e candidato à Presidência pela aliança entre PSOL, PCB e movimentos sociais, Guilherme Boulos faz balanço da luta eleitoral e declara: ELE NÃO! Vamos eleger Haddad!

Nós fizemos uma campanha de cabeça erguida nos últimos meses, e ela não terminou ontem. Nós temos uma responsabilidade com o amanhã.

A gente mostrou que tem lado e coragem pra enfrentar os privilégios e fazer política de outro jeito. Foi uma campanha bonita, pena que em tempos sombrios. Mas eu tenho muito orgulho dos votos que recebemos nas urnas de quem pensa, como eu, de que é possível, sim, fazer política com sonho, sem abrir mão do que se acredita. Poderiam ser mais votos, não fosse o medo do fascismo e o clima de ódio dessa eleição.

Mas não são apenas votos, são sementes de quem acredita que, mais cedo do que muitos imaginam, o futuro vai chegar. Eu dediquei a minha vida, desde a adolescência, pra lutar contra a desigualdade social junto do povo mais sofrido das periferias desse país. Eu tenho muito orgulho de atuar no MTST, de empunhar a bandeira tão necessária de quem lutar por um direito como a moradia digna. Aos meus irmãos de luta, minha gratidão.

Foi uma honra ter tido ao meu lado nessa caminhada a liderança e a força da Sonia Guajajara, a primeira indígena a concorrer numa chapa presidencial. Aos companheiros do PSOL, do PCB, da Mídia Ninja, da APIB, da Intersindical, toda a gratidão pela confiança em poder representar essa bonita aliança de partidos e movimentos sociais.

Eu agradeço também a todas as pessoas que colaboraram, de forma militante, inclusive doando nas nossas plataformas de arrecadação. Nós estamos juntos, e vamos estar juntos novamente nas lutas.

Eu quero parabenizar todas e todos parlamentares eleitos pelo PSOL nesse domingo; tenho a certeza de que vão fazer a diferença e nos representar no Congresso Nacional e nas Assembleias Legislativas. Quero agradecer, também, a todos que estiveram com a gente nos 25 estados que a gente visitou, e que ajudaram a construir uma rede com mais de 600 grupos de ação. Nós plantamos sementes.

Eu vou continuar lutando ao lado de cada um e cada uma. Ao lado, também, da minha companheira Natalia Szermeta, que eu conheci na Luta há mais de 10 anos, e que divide comigo, não só a vida, mas os mesmos sonhos. Nós vamos lutar pra construir juntos um futuro melhor pra toda essa geração.

Eu disse, na semana passada, no debate entre os candidatos, que essa é uma das maiores preocupações que assombra a gente hoje. Quando eu nasci, o Brasil estava numa ditadura, e eu vou lutar com todas as minhas forças para que as minhas filhas não cresçam em outra. Eu tenho a certeza de que esse é o desejo de muita gente.

Nós terminamos essa etapa da caminhada ainda mais convictos de que não é com ódio, não é com intolerância que nós vamos mudar o Brasil. O resultado das urnas mostrou que o brasileiro está desiludido com a política.

Colocar Bolsonaro no 2º turno foi um grito de desespero que a gente precisa saber ouvir e entender. O voto em Jair Bolsonaro (PSL) é um voto de desilusão, não de mudança. É isso que a gente precisa dizer em alto e bom som. Nós temos pela frente o desafio de conversar com todos brasileiros. Ele é o atraso, é um passado sombrio de mortes e autoritarismo. Bolsonaro não é um salvador da pátria, é uma aventura que, eu não tenho a menor dúvida, traria consequências desastrosas para o País. E não apenas em relação a ameaça para a democracia; ele é uma ameaça ao trabalhador e aos seus direitos. É uma ameaça às mulheres, ao povo negro, aos lgbt’s, aos indígenas, aos Sem Teto, aos jovens… é uma ameaça ao Brasil.

Nós não podemos nos esquecer que está no Congresso há três décadas, e que sempre votou contra os direitos dos trabalhadores. Votou contra a PEC das domésticas — por mais dignidade no seu trabalho –, votou pela Reforma Trabalhista e pelo congelamento dos investimentos de Michel Temer (MDB). Você acha mesmo que quem pensa assim pode governar o Brasil? Não pode.

Por isso, nesse 2º turno, nós vamos estar ao lado da defesa da democracia e vamos apoiar a candidatura do Fernando Haddad (PT). Vai ser a luta da civilização contra a bárbarie, da democracia contra a ditadura e, numa luta como essa, não cabe vacilação nem por um minuto. Eu tenho lado e coerência, e nós vamos fazer de tudo para derrotar o atraso até o dia 28 de outubro.

Mas quero dizer que nós não vamos baixar nenhuma das nossas bandeiras. Aliás, essa é uma das receitas para derrotar o fascismo: não recuar e nem se intimidar nas nossas pautas. Esperamos que a campanha do Haddad, nesse 2º turno, assuma o firme compromisso com todos os direitos dos trabalhadores, contra as pressões do mercado, com enfrentamento aos privilégios econômicos e as velhas práticas políticas que aumentaram tanto a descrença e abriram o terreno para saídas autoritárias. Esse vai ser o melhor caminho pra dialogar com parte da população que, desiludida, votou no 1º turno em Jair Bolsonaro.

Nós precisamos de uma nova democracia no Brasil — essa está profundamente golpeada. Não só com o golpe parlamentar de Temer; a gente viu isso também com a prisão injusta do ex-presidente Lula, e com a violência política que matou Marielle Franco e permitiu a ascenção de Bolsonaro.

Nós vamos vencer esse 2º turno se conseguirmos tocar na alma do povo brasileiro. Essa é a campanha que a gente espera que vamos ajudar a fazer. Nós vamos vencer o fascismo nas urnas e, também, nas ruas. O Povo Sem Medo vai tomar as ruas desse País nos próximos dias e semanas para defender a nossa democracia e os nossos direitos; para dizer ELE NÃO!

Eu tenho confiança na vitória da democracia e, mais do que isso, que após derrotar o atraso, nós vamos estar juntos pra semear o nosso projeto de futuro, de um País onde cada um de nós tenha oportunidades, justiça e tenha voz. Um País sem privilégios e sem privilegiados. O País sonhado por Marielle Franco e por tantos lutadores que deram a vida por esses ideais. Esse é o futuro que nós queremos. É por esse futuro que nós vamos continuar lutando.

Eu tenho a certeza de que a nossa campanha mobilizou a esperança desse futuro. Obrigado a todas e a todos que acreditaram e que acreditam. Agora, vamos juntos derrotar o fascismo e eleger Fernando Haddad presidente do Brasil.

 

MTST, A LUTA É PRA VALER