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Chave na mão! | MTST entrega 910 apartamentos para famílias em Santo André

19 de março de 2019

“Não desistam! Vão em frente, o dia de vocês vai chegar!” O recado de Dona Adalgisa Seara para os acampados de ocupações do MTST tem a força e legitimidade de quem acabou de pegar as chaves de sua moradia própria, após sete anos de luta.

Com 69 anos, Dona Adalgisa e outras 909 famílias celebraram no último domingo, 17 de março, a inauguração dos Condomínios Novo Pinheirinho e Santo Dias, na periferia de Santo André, no ABC Paulista.

Com apartamentos de 54m², os condomínios contam como elevadores, varanda, quadra e churrasqueiras. As moradias foram construídas por meio do “Minha Casa Minha Vida – Entidades” — programa federal que completou exatos dez anos nesta segunda-feira, dia 18.

“Não desistam! Vão em frente, o dia de vocês vai chegar!”

Condomínio Novo Pinheirinho

Com 410 apartamentos, além de 137 garagens, o condomínio de quatro torres homenageia o assentamento Pinheirinho, em São José dos Campos, que em 2012 foi massacrado pela Polícia Militar para a retirada brutal dos cerca de nove mil moradores do bairro.

Condomínio Santo Dias

Já o Condomínio Santo Dias faz homenagem ao operário metalúrgico Santo Dias da Silva, que foi assassinado pela Ditadura Militar, em 1979, quando comandava um piquete de greve. Tratam-se de 500 apartamentos, também divididos em quatro torres e com 167 vagas na garagem.

Suor e luta

O coordenador nacional do MTST, Guilherme Boulos, não economizou elogios aos maiores responsáveis pela conquista dos Condomínios Novo Pinheirinho e Santo Dias:

Cada um desses 910 apartamentos não tem só as paredes. Tem os sonhos dessas famílias, que moraram debaixo de lona preta por sete anos. Porque ninguém que deu de presente essas casas; elas foram alcançadas com muita luta, por meio do movimento, o MTST. O que se vê, mais uma vez, é que a política de moradia popular vale a pena!

Boulos ainda fez questão de lembrar que “o Minha Casa Minha Vida foi lançado em 2009, pelo ex-presidente Lula, que hoje está injustamente preso.”

Resgate da dignidade

O deputado federal Ivan Valente (PSOL -SP) compareceu à inauguração e parabenizou todos as famílias, especialmente as mulheres. “A casa é a base da construção da dignidade da pessoa. Todo ser humano tem que ter direito e acesso à moradia como essas. Parabéns, MTST!”

Muito comovida com o resultado de sua luta, Lizandra Pinheiro, militante do MTST, resumiu a sensação das famílias que, junto dela, receberam as chaves do seus apartamentos.

Só consegue a vitória quem resiste. E um formigueiro faz sonhos acontecerem, porque, lutando, não se consegue só moradia. Nós vamos conseguir trabalho, educação, saúde, lazer, entre tantas outras coisas que a Constituição nos garante. Então, nós estamos aqui para lutar e lembrar aos governantes que eles estão lá pelo povo e para o povo.

MCMV Entidades

A militante do MTST Maria das Dores frisou a relevância do programa “Minha Casa Minha Vida – Entidades” como instrumento de esperança para o trabalhador realizar o sonho da casa própria. “Acompanhamos as obras, escolhemos as cerâmicas dos pisos e, especialmente, vários acampados se tornaram mão-de-obra qualificada para a construção de suas próprias casas. É o caso do nosso querido síndico, João Bosco”.

O “Minha Casa Minha Vida – Entidades” é a modalidade do programa habitacional do governo federal em que movimentos sociais como o MTST podem fazer a gestão de todo o processo de desenvolvimento das moradias. Isso permite redução de custos e a utilização mais eficiente dos recursos disponibilizados.

Contudo, desde o ano passado o MTST tem lutado por projetos de moradias que já foram selecionados e estão com prazo de contratação prestes a vencer, enquanto o governo federal não se pronuncia.

“Cativeiro acabou”

Em um dos momentos mais emocionantes da entrega das chaves, todas as famílias cantaram unidas, entoarando os versos: “Se negro soubesse o talento que ele tem / Não aturava desaforo de ninguém”, da canção popular “Pedro e Teresa”, de Teresa Cristina.

E como bem frisou Maria das Dores: “Não existem só 910 famílias aqui em Santo André precisando de moradia. Vamos continuar lutando!”’

MTST, a luta é pra valer!