LGBT | Violência Parental e Saída do Armário
Junho é o mês de lutas LGBT, para nos lembrar dos passos que demos até aqui e nos próximos que são necessários. Os coletivos de Juventude e LGBT do MTST somam forças para pensar: como é ser LGBT nas periferias do Brasil hoje? Esta é o primeira de uma série de 3 publicações para promover o debate.
A partir desse ponto, uma questão nos chama atenção: como é para uma pessoa LGBT da periferia sair do armário? Esse processo de descoberta e afirmação, que pode se aflorar na adolescência e início da juventude, não acontece da mesma forma para todas as LGBTs. Além das complexidades em entender identidade e afetos, é preciso lidar com a realidade que se expressa muitas vezes em violência, inclusive da família. Não é incomum que essas pessoas sofram pressão psicológica, abusos de autoridades, agressões físicas e sejam expulsas de casa. Segundo dados da Prefeitura de São Paulo, apenas 59% dos jovens contam sobre sua sexualidade e identidade de gênero para seus pais e 63% sentem rejeição da sua família. Infelizmente, essa não é apenas a realidade paulistana.
É urgente a ampliação de espaços de acolhimento para pessoas sem-teto, e que acolham nossas subjetividades. No Brasil existem poucos abrigos especializados e não são suficientes para dar o suporte necessário a todas as pessoas LGBT que precisam. Com as condições de vida do nosso povo cada dia mais difíceis, a necessidade de estarmos juntos para pensar e promover ações pelas nossas vidas se reafirma. E só assim, organizadas coletivamente, poderemos transformar nossa realidade e construir um mundo novo.