Frente Povo Sem Medo e Frente Brasil Popular param o país e barram Reforma da Previdência
Fotos por MTST e Mídia Ninja
O dia 19 de fevereiro fica marcado como a data em que barramos, ao menos por ora, a Reforma da Previdência e seus efeitos nefastos. O 19F, como foi batizado o Dia Nacional de Luta contra a Reforma da Previdência, também serviu para protestar contra a intervenção federal-militar no Rio de Janeiro — medida inútil com objetivos políticos por parte de Michel Temer.
Protestos e bloqueios
Desde as primeiras horas da manhã da segunda-feira, estradas e vias importantes foram paralisadas pela força do povo unido e suas barricadas de fogo. Nalguns municípios, como no ABCD paulista, por exemplo, a circulação dos ônibus foi suspensa durante parte do dia.
Desde a cidade de Aracaju, onde o MTST Sergipe ocupou a avenida em frente ao Palácio do Governo, até o grande ato realizado pela Frente Povo Sem Medo e a Frente Brasil Popular na avenida Paulista, passando por Recife, Rio e outras dezenas de cidades, o que se viu foi muita disposição e luta.
Em Brasília, o coordenador do MTST Guilherme Boulos também comandou uma grande manifestação com militantes e quadros de políticos combativos — os poucos que se salvam em meio ao mar de lama da capital.
Em São Paulo, as principais estradas de acesso à cidade mais populosa do país pararam: Rodovia Régis Bittencourt e Rodovia Presidente Dutra amanheceram com filas de pneus em chamas.
O recado era claro e foi dado: a reforma é deforma e não passa de mais um passo, orquestrado no pós-golpe, que visa retirar da população negra e periférica o direito à aposentadoria, já que a expectativa de vida da população, sobretudo no eixo Norte-Nordeste e das comunidades periféricas em geral, não chega à idade mínima estipulada pela turma dos corruptos de Michel Temer.
Em meio a esse cenário caótico, o Governo Federal ainda lançou como solução para a crise na segurança pública no Rio de Janeiro uma intervenção militar, que, na prática, se traduz em um extermínio legal da população pauperizada! Durante a semana ainda ouvimos de um general da reserva praticamente pedindo salvo-conduto para cometer infrações e abusos — sem o “risco” de uma nova Comissão da Verdade.
Reforma Barrada!
Ainda era dia quando Congresso e Planalto anunciaram que desistiam da votação da Reforma da Previdência. Com a atual intervenção no estado fluminense, a Constituição proíbe a votação de PECs, como era o caso.
Acuado diante das mobilizações e questionamentos sobre a legalidade de levar a reforma adiante, Temer e seus asseclas desistiram oficialmente do projeto. Fica a dúvida de até quando, já que uma coisa que esse governo não tem é palavra.