Xenofobia contra venezuelanos | Crianças vítimas de ataque em Pacaraima recebem apoio de brasileiros
Organização teve que resgatar meninas e meninos perdidos das mães no dia do protesto contra venezuelanos na fronteira de Roraima
Estão na fotografia que abre esta reportagem, crianças e mães venezuelanas atendidas pela Casa da Música, na cidade de Pacaraima, fronteira de Roraima com a Venezuelana. Logo após o ataque dos brasileiros contra os migrantes e refugiados no dia 18 de agosto, pelos menos 20 dessas meninas e meninos moravam com seus pais no abrigo improvisado no palco de shows e eventos Micaraima, quando foram expulsas pelos manifestantes. Na fuga, pelo menos três crianças ficaram desaparecidas, mas depois foram encontradas e levadas às famílias. Os brasileiros destruíram o palco com um trator e atearam fogo na instalação de ferro e madeira.
Havia muito desespero entre as crianças, contam as testemunhas. “As mães das nossas crianças foram até associação pedir ajuda”, lembra a diretora musical do grupo, Mírian Blós, do projeto Casa da Música.
“Organizamos então a nossa pequena equipe de resgate, que foi junto com a agente de proteção do Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados). À noite conseguimos trazer essas famílias das ‘trochas’ (trilhas, na tradução para o português, na vegetação do entorno da cidade), que vieram para a Casa da Música”, completa.
A venezuelana Carmem Marcan, de 29 anos, morava com o marido e cinco filhos no abrigo do palco de shows Micaraima. Ela estava lavando roupa, longe do abrigo, quando policiais militares chegaram avisando sobre o protesto. “Eu corri para o palco, onde estavam nossas coisas, mas quando cheguei já havia gente gritando para sair, dizendo que a gente era malandro, venezuelano vagabundo, tirando as coisas”, conta ela, que encontrou seus filhos.
Ela disse que não teve tempo de pegar o pouco que tinha, como roupas e alimentos. “Jogaram pedras em duas crianças que não conseguiram sair. Dois pastores vieram e retiraram as crianças”, afirma a venezuelana, que ajudou outras mães a procurar seus filhos nas trilhas de Pacaraima.
“Mas porque agir assim com a gente? Não temos nada a ver com isso, as crianças também não tem nada a ver com isso”, disse ela sobre o ataque dos brasileiros ao palco Miracaima.
Carmem Marcan veio para o Brasil com a família há um ano e meio, após deixar El Tigre, cidade com 146 mil habitantes, a 156 quilômetros de Caracas. Ela disse que o marido era vendedor de carne e de equipamentos de informática. Pequenos negócios que ficaram inviáveis com a crise em seu país. Dois filhos dela estão no coral do projeto, que oferece aulas de música e português para meninos e meninas, além de ensinar as mães a preparar refeições para serem vendidas, e assim gerar renda. “Em El Tigre, a crise está pior do que em outros lugares, não se consegue trabalho. A gente vai ao hospital e não tem nada, não tem nada nem para mulher que vai dar à luz”, lamenta. Como refugiados, Carmem sobrevive como ambulante vendendo café da manhã em uma barraca em Pacaraima (cidade distante 215 quilômetros de Boa Vista).
Cerca de 1.200 pessoas teriam sido expulsas de Pacaraima durante o protestos ocorridos no sábado passado, segundo informações do Exército. O protesto foi uma reação de moradores, que pretendiam retirar os venezuelanos que viviam nas ruas da cidade, ao assalto e espancamento do comerciante Raimundo Nonato de Oliveira, no dia anterior.
O comerciante afirma ter sido vítima de quatro venezuelanos. A falsa notícia de que ele havia morrido acirrou os ânimos e contribuiu para radicalizar o protesto. Por determinação do Ministério Público do Estado, a reação dos brasileiros é investigada pela Polícia Civil, que abriu inquérito também sobre o assalto ao brasileiro.
Neste momento, o clima em Pacaraima é classificado por uma “calma fictícia, enganosa”, na opinião do padre Jesus Bobadilla. “O ódio continua aí, brutal”, diz.
“As lideranças que manipularam essa manifestação estão aí também. E os venezuelanos estão aí também, querendo entrar”, completa Bobadilla, que faz uma mea-culpa: “Nós, inclusive a Diocese, não soubemos dar conta do recado, deixamos crescer a xenofobia, nunca foram aplicadas medidas para combatê-la e ela estourou.
Por estar na fronteira, o município, com 15.580 habitantes, é o primeiro a sentir os efeitos da crise migratória. Na cidade, antes do protesto, segundo a prefeitura, cerca de 1.500 pessoas viviam nas ruas. Pacaraima conta com apenas um abrigo de imigrantes, para os indígenas Warao. Com capacidade para 250 pessoas, nele estão mais de 420 índios.
Após o ataque, o governo federal anunciou um reforço na segurança, destacando 120 homens da Força Nacional para o município. Esta semana, o presidente Michel Temer (MDB) determinou que o Exército faça o policiamento da faixa de 150 quilômetros ao longo da fronteira, por meio de uma Operação de Garantia de Lei e Ordem (GLO).
Socos e golpes na cabeça
O venezuelano Romer Alvarez, de 27 anos, foi uma dos migrantes expulsos pelos manifestantes brasileiros no dia 18. No dia seguinte voltou a Pacaraima para comprar comida e foi atacado. “Fui agredido por um grupo de sete ou oito pessoas, com socos no rosto e golpes na cabeça”, conta. “Uma brasileira passou de carro e disse que aquilo ali não era permitido. Aí eles me deixaram ir”.
Nas ruas de Pacaraima, venezuelanos que trabalhavam como camelôs, agora são impedidos pelas equipes de fiscalização da prefeitura de montar suas barracas. Uma ambulante que teve seus produtos recolhidos pelos fiscais foi orientada a procurar a prefeitura para esclarecimentos. Ela diz ter perdido R$ 700 reais, entre perfumes e roupas, apreendidos pelos fiscais.
Insegurança motivou ataque
“Aqui estava feio, tinha muito ladrão”, afirma o comerciante Antônio Francisco dos Santos, natural de Picos, no Piauí, e que há 15 anos vive em Pacaraima. Antônio Francisco conta que um dia antes do protesto, ladrões pularam o muro da casa dele, para levar produtos como chocolates, leite e café. “Tinha muito venezuelano roubando. Minha casa mesmo foi invadida na sexta-feira (véspera do protesto)”, conta.
A pedagoga Neura Abrantes reclama que a população de Pacaraima não recebeu apoio para atender ao grande fluxo migratório que continua a chegar à fronteira, nem governo federal, nem do estadual, tampouco do municipal. “Tudo o que aconteceu aqui é porque ninguém olhou para Pacaraima. Receber um país numa cidade de 10 mil habitantes é muita coisa”, protesta.
O padre Jesus Bobadilla admite que a situação estava insustentável em Pacaraima, como também descrevem os moradores. “A população estava farta”, ressalta. “O povo (venezuelano) começou a vir de mansinho, tranquilo, mas a situação foi se agravando a cada dia, mais e mais. A violência se espalhou pela cidade, roubos à mão-armada, homicídios, drogas, prostituição”.
Mas a agressão aos venezuelanos que viviam nas ruas foi organizada por “pessoas influentes”, cujos nomes o padre não quis revelar. “Aproveitaram a situação do ataque ao Raimundo, incentivados por contínuos discursos xenofóbicos, o povo se lançou às ruas contra aqueles que menos culpados eram, as vítimas que estavam sofrendo nas ruas, como seus filhos passando fome, passando frio”, descreve Bobadilla.
Após o ataque, carretas passaram a percorrer as ruas da cidade, com faixas e cartazes dizendo “Tranquilidade” ou “Não permitimos a maldade”. O objetivo dessas manifestações claramente é impedir que venezuelanos voltem a acampar nas ruas da cidade.
“Nós estamos agora buscando a paz”, afirma uma das organizadoras das carreatas, a pedagoga Neura Costa Abrantes. “Tudo o que aconteceu aqui é porque ninguém olhou para Pacaraima. O governo federal não deu apoio para a gente, o estadual dizia não ter condições, o municipal pior ainda. Aqui é a caminhada da paz, refugiados do bem, sim, migrante, sim, mas bandidos não”, completa.
Como foi o ataque
O carro de som chegou na manhã de sábado, 18 de agosto, na hora em que muitos comerciantes ainda estavam abrindo as portas, chamando a população para o protesto. Dita pacífica, a intenção da mobilização era clara: retirar imigrantes venezuelanos que acampavam nas ruas da cidade. Era uma reação ao assalto e espancamento do comerciante Raimundo Nonato de Oliveira, ocorrido na noite anterior.
O comerciante conta que era dia de fazer compras em Boa Vista, por isso estava com o dinheiro. Após ir ao ponto de táxi duas vezes, retornou para casa com R$ 27 mil, além de US$ 500,00. Quando chegou foi surpreendido. Tentou reagir, mas foi agredido com golpes na cabeça e torturado. A mulher dele foi amarrada. Afirma que os quatro assaltantes, que ainda não foram identificados, eram venezuelanos.
Após o assalto, Raimundo Nonato, que é diabético, foi atendido no hospital da cidade, mas precisou ser transferido para Boa Vista. Porém, a ambulância da cidade havia levado outro paciente para a capital e ainda não havia retornado. A médica entrou em contato então com o Exército. E aí surgiu o primeiro sinal de revolta.
Segundo depoimento da médica que atendeu ao comerciante, Mayra Suzanne Goiana Garcia, dado à Polícia Civil, os militares não teriam liberado a ambulância após ser informado que o paciente era brasileiro e não venezuelano, porque o veículo estava sem o espelho retrovisor.
Mas segundo informações do Exército, houve um mal-entendido. A ligação foi interrompida antes que a situação fosse esclarecida. A ambulância chegou a ser liberada, mas Raimundo Nonato já havia sido levado para a capital em um carro particular.
Notícia falsa sobre morte
Raimundo Oliveira ainda estava internado quando começou o protesto. Quem comandava o protesto no microfone do carro de som era o aposentado Fernando de Abreu. Ele diz ter vivido durante anos na Venezuela, onde chegou com dez anos de idade. Disse que é um defensor de regras mais rígidas para permitir a entrada de venezuelanos no Brasil. Para ele, a expulsão dos imigrantes “não foi justa, mas foi necessária pelo momento dado”.
Abreu afirma que tem provas de que o refúgio aos venezuelanos é uma farsa. Para ele, não existe falta de comida no país vizinho, mas os preços aumentaram devido a cortes de subsídios do governo venezuelano.
“Existem manipulações de ongs, manipulações da ONU (Organização das Nações Unidas) e Direitos Humanos contra nós (brasileiros), querendo se aproveitar dessa situação para se beneficiarem, com muitos ingressos de dinheiro. É isso que está acontecendo.”
Abreu nega que teria incitado à violência aos venezuelanos, mas admite ter recebido e divulgado a informação falsa de que o comerciante havia morrido, uma das causas da revolta em Pacaraima. Ele disse que recebeu a notícia justamente em uma esquina antes do protesto chegar às barracas onde os imigrantes se abrigavam.
“Houve uma comoção generalizada”, recorda. “Antes de nós dobrarmos a esquina, eu já estava dando a notícia. Ao dobrar a esquina, aconteceu o fato”, completa Fernando Abreu, afirmando que a intenção era desalojar os venezuelanos “em paz”, mas eles reagiram. “Começaram a tacar pau e pedra, e a população já com a comoção pensando na morte do seu Raimundo. E eles estavam jogando pedra no rumo da nossa população e pau. E a população foi fazer o que fez”.
Ao contrário do que diziam os boatos, Raimundo Nonato sobreviveu. Com 13 pontos na cabeça e ainda mancando devido aos ferimentos na perna, teve alta do Pronto Socorro de Boa Vista já no domingo pela manhã, quando retornou a Pacaraima. Na segunda-feira, já estava trabalhando, na loja que tem na principal rua de comércio da cidade.
Cenário de destruição
Brasileiros que participaram do protesto disseram que os manifestantes não agrediram os venezuelanos, mas que foram recebidos a paus e pedras quanto tentaram fazer a retirada. Destacam casos de pessoas feridas levadas para atendimento no Hospital do Exército.
“A mídia está dizendo que foi uma coisa violenta, mas a PM estava na nossa frente”, conta o cirurgião-dentista Flávio Galdino Moura, que participou do protesto. “A PM fez que todo mundo se retirasse do palco do Micaraima, depois que todo mundo saiu, que a população foi lá desmontar o palco do Micaraima. A partir daí, a gente começou a ir pra rua avisando para os venezuelanos sair das barracas, porque a gente ia desativar todas as barracas que estavam no meio da rua.”
No lado da Venezuela
Dezoito quilômetros separam Pacaraima, no Brasil, de Santa Elena de Uairén, do outro lado da fronteira. Táxis venezuelanos fazem o trajeto por R$ 12,00, que valem quase 18 milhões de bolívares, um bolo de nota exibido pelo motoristas José Mendez, como se estivesse contando uma piada. Ele pega parte do bolo e diz “isto tudo dá pra comprar um quilo de carne, dez milhões de bolívares”.
Ele acompanhou, do lado venezuelano, os atos de violência que ocorreram há pouco mais de uma semana, no dia 18 de agosto, quando venezuelanos que viviam nas ruas de Pacaraima foram expulsos pelos brasileiros. “Eu até entendo que tanta gente tem tirado a segurança, tem ocorrido muitos assaltos, tanto em Pacaraima, quando em Santa Elena, mas eu me sinto triste, porque são venezuelanos”, declara o taxista.
Ele conta que o drama dos conterrâneos expulsos não terminou ao cruzarem a fronteira. Eles seguiam a pé até a cidade de Santa Elena de Uairén (no caminho, carros brasileiros foram apedrejados), cruzando a estrada que passa dentro de um território indígena Pemon, Jaricunas e Taurepangs.
“Quando chegaram nessa ponte (na entrada da cidade), os índios fecharam o caminho e não deixaram eles ficarem”, conta o taxista. Havia homens, mas muitas mulheres e crianças também. “O governo do estado de Bolívar mandou recursos para comida e água e vieram ônibus para levá-los de volta para a casa”, conta Mendez.
De acordo com o taxista saíram mais de 40 ônibus cheios de pessoas de Santa Elena para outras cidades da Venezuela. O embarque foi acompanhado pelos guardas indígenas. Como prova das declarações, o taxista enviou fotos que sua mulher tirou quando ocorria o embarque.
“O que magoa é saber que tem brasileiros que não pagam para os venezuelanos o preço dos serviço”, confessa. “Aqui em Santa Elena, se o trabalho custa duzentos bolívares, é o mesmo preço para qualquer um. No Brasil, se eles pagam 80 reais para um brasileiro, querem pagar 35 ou 40 para o venezuelano”, completa.
Há situações ainda mais graves do que valores menores pagos aos imigrantes. Em abril, três venezuelanos foram resgatados em Boa Vista de trabalho análogo à escravidão. Segundo informações do Ministério do Trabalho em Emprego, divulgadas na época, eles viviam em condições precárias no local de trabalho, dormiam ao relento e preparavam refeições no chão. No local, não havia banheiro.
Dignidade às crianças e mães
A Casa da Música é um espaço criado para oferecer aulas às crianças, mas que acabou se transformando num núcleo de apoio à venezuelanos. Ela é a continuidade de uma iniciativa que levou Mírian Blós, que mantém a Associação Cultural Canarinhos da Amazônia (Asccam) há 25 anos em Boa Vista, a Santa Elena de Uairén, na Venezuela, em 2013, a criação de um coral unindo crianças brasileiras e venezuelanas.
Ela havia ido passar um ano sabático do outro lado da fronteira, mas acabou se envolvendo em um projeto para atender crianças venezuelanas que já sentiam os efeitos da crise econômica e brasileiras em situação de vulnerabilidade por lá. “Encontrei um público de crianças brasileiras, que não falavam nem o português, nem o espanhol”, recorda. “Crianças sem estudar, sem ir para a escola, muito pobres vivendo com pessoas que dependiam delas. As mães as deixavam e, em troca, quando voltasse do garimpo trariam dinheiro para pagar essas pessoas”.
Duas semanas antes do ataque de brasileiros aos migrantes e refugiados em Pacaraima, um coral com 45 crianças venezuelanas refugiadas em Pacaraima se apresentou no Posto de Triagem da fronteira. São crianças assistidas pela Asccam, que oferece aulas de música e português, além de alimentação, para pelo menos 60 crianças que vieram para o Brasil e hoje vivem em situação vulnerável.
Para ela, o coral em Pacaraima é uma oportunidade de oferecer dignidade às crianças e às mães. Na Casa da Música, as crianças recebem almoço e um lanche. Para dar mais apoio às mães, e graças a doações de trigo, café e azeite, elas receberam aulas sobre como preparar um bom café da manhã. Hoje, são 40 mães cafeteiras, que se reúnem uma vez por semana, para conversas sobre cultura e mercado de trabalho.
“As mães não precisa mais fazer qualquer coisa para conseguir o almoço do filho”, comemora a musicista. “Ele tem almoço e um lanche antes de ir para a casa e, nos finais de semana, a gente divide pão, macarrão, para levarem para casa. No sábado, após serem expulsas pelos brasileiros, essas mães recorreram a quem não fecharia as portas para elas.
Na Asccam, receberam apoio e alimentos, entre sábado e segunda-feira. A Igreja Batista da cidade ofereceu abrigo ao grupo de venezuelanos. Mas o grupo que vivia sob o palco se desfez entre aqueles que retornaram à Venezuela, os que decidiram seguir para Boa Vista e os que ficaram em Pacaraima.
Pelo menos cinco famílias que trabalham na cidade decidiram ficar. São pessoas que sobrevivem de limpar pátios, vender café da manhã ou verduras pelas ruas da cidade. O pouco que haviam conseguido juntar, perderam durante o ataque dos brasileiros. “Não tinham nada, e nós fomos para campanha, para conseguir alimento e pelo menos um mês de aluguel, uma casa onde pudessem ficar abrigados”, conta Mírian Blós.
A conduta da Guarda municipal
No dia 22 de agosto, a reportagem da Amazônia Real encontrou um grupo de refugiados acampados na calçada do abrigo Rondon 1, no bairro 13 de setembro, na zona sul da capital roraimense. Homens da Guarda Municipal de Boa Vista, com armas nas mãos, estavam no local forçando a saída dos refugiados da calçada.
Abordados pela reportagem, os policiais disseram que a ordem da prefeita Teresa Jucá (PSDB) era para retirar os venezuelanos das ruas com a justificativa de que a Guarda “estava obedecendo um código de conduta do município sobre a presença de pessoas nas ruas”. Sobre as armas que portavam, eles disseram que “as armas tinham bala de borracha para a proteção da guarda já que haviam muitos refugiados no local”.
Alguns venezuelanos disseram à reportagem que a abordagem dos guardas foi violenta com chutes e ponta-pés. Os guardas negaram atos de violência. “Isso não ocorreu”, disseram eles. Na mesma noite, após um acordo com os policiais, os refugiados conseguiram dormir na calçada do abrigo com a promessa de sair do local no dia seguinte e buscar um outro destino em uma terra que não os quer.
Por Vandré Fonseca | Colaboração de Yolanda Mêne
Fonte: Amazônia Real