Sonhos e resistências: MTST e os testemunhos da luta popular urbana
No próximo sábado, o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto, a Fundação Lauro Campos e Marielle Franco e a Autonomia Literária lançam o livro Sonhos e resistências: MTST e os testemunhos da luta popular urbana no Atelie do Bixiga. A obra, organizada por Hélio Alexandre da Silva, homenageia e reune relatos, histórias e estratégias dos militantes de um dos maiores movimentos urbanos da América Latina.
O lançamento contará com a presença de Guilherme Boulos, Ediane Maria, Natália Szermeta, Edson Rap e muitos outros militantes. Todo o evento será regado com chope do Sol y Sombra e comida do Tofu com Alecrim. Em seguida, teremos roda de Samba de Maria do MTST e DJ até altas horas da madrugada.
Algumas impressões sobre o livro:
A escolha pela militância é um ato de amor e indignação. Amor àqueles com quem convivemos, mas também a quem sequer conhecemos, através da identificação com seu sofrimento. A capacidade de sentir a dor do outro como se fosse nossa, de quebrar as barreiras da indiferença é o ponto de partida da escolha militante. E ela vem cheia de indignação contra quem faz sofrer e, sobretudo, contra o sistema que institucionaliza o sofrimento e a humilhação. Essas duas capacidades, a de sentir a dor do outro e a de se indignar, são as grandes fortalezas emocionais do militante socialista.
– Guilherme Boulos, autor do livro Sem medo do futuro e Por que ocupamos?
Eu sonho com o dia em que as pessoas entendam que existe uma luta de classes neste país, e que as Ocupações do MTST vêm para ajudar a lutar pelos direitos que foram arrancados, como o direito à moradia digna. Eu queria muito que as pessoas começassem a enxergar e a entender que cada barraco de uma ocupação é um sonho, é uma esperança.
– Ediane Maria, Deputada Estadual
O MTST inicia seu trabalho territorial e local a partir da luta pela mo – radia. Esse é o primeiro aspecto que unifica sua atuação e mobilização. No entanto, uma vez realizada uma ocupação, ela se torna um pólo de organização da região, que passa a agregar outras lutas pela melhoria da infraestrutura local. Esse processo se fortalece a partir de um per – manente diálogo com as comunidades da região onde são feitas as ocupações. É por isso que um dos traços mais importantes do MTST, além da luta pela moradia digna, é o trabalho de fortalecimento das rei – vindicações trazidas pelas comunidades periféricas onde o Movimento atua e constrói suas lutas.
– Josué Rocha, Coordenação Nacional do MTST
Sobre o autor
Hélio Alexandre da Silva é professor de Ética, Filosofia Social e Política da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Atualmente é Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Planejamento e Análise de Políticas Públicas da Unesp e professor do Programa de Pós Graduação em Filosofia. Tem trabalhos publicados em re – vistas nacionais e internacionais especializadas em Filosofia política e social. Publicou, em 2017, pela Edunifap, o livro Sob os olhos da crítica: reflexões sobre democracia, capitalismo e movimentos sociais. Integra os Setores de Arte e Cultura e de Relações Internacionais do MTST