MANIFESTO CONTRA O RACISMO NO SUPERMERCADO RICOY
Nós, do coletivo de negras e negros do MTST, das mais diversas regiões da periferia de SP, afirmamos que a violência racista nunca mais encontrará nosso silêncio.
O Brasil foi o último país a abolir a escravidão, mas para alguns ela ainda existe. Esse país continua tratando o povo negro como objeto, negando nossa humanidade.
O Ricoy, empresa que fatura mais de 1 bilhão de reais por ano às custas de famílias das periferias, majoritariamente negras, nos mostrou com chicote, mordaça e seus capitães do mato como valoriza mais seus lucros do que a vida. Entrou para a lista suja do racismo. Quanto vale uma vida negra para um bilionário?
Lutamos contra o ódio racista, a tortura, o assassinato do nosso povo e a tragédia da desigualdade social. Lutamos pelo direito ao nosso futuro. Não há capitalismo sem racismo.
Nossa solidariedade ao jovem agredido. Atenção racistas: estamos de olho. Somos nós que construímos a cidade, cuidamos da sua casa, manobramos seus carros, servimos seu café. Nós estamos presentes em cada detalhe da sua vida. Nossas dores não serão mais invisíveis, muito menos nossas vitórias.
São Paulo, 06 de setembro de 2019.
Coletivo de Negras e Negros do MTST
A periferia é um quilombo