MTST em marcha por uma São Paulo para todos e todas
No último dia 18 de fevereiro, quinta-feira, o MTST realizou uma marcha no Centro de São Paulo, do Theatro Municipal até a Secretaria de Direitos Humanos (SDH). A manifestação reivindicou a manutenção do programa Cidade Solidária, a gratuidade para idosos no transporte público e tratamento de saúde digno para a população transsexual. Além disso, o ato demonstrou apoiou à luta contra o genocídio da juventude preta e periférica.
O protesto contou com a participação do coletivo negro Raiz da Liberdade e do coletivo LGBT do MTST, com o tema “São Paulo para todos e todas”. Depois de horas de espera, uma comissão foi recebida pela SDH para apresentar as demandas e exigir ações.
O programa Cidade Solidária
O programa Cidade Solidária é uma iniciativa da prefeitura e de diversas entidades da sociedade civil organizada para ajudar as pessoas em situação de extrema vulnerabilidade. A ajuda se dá através da doação de cestas de alimentos, de higiene e de limpeza, em oito pontos distribuídos pela cidade.
Agora, a prefeitura tenta excluir os representantes da sociedade civil da ação. São as pessoas indicadas pelos movimentos sociais e pelas comunidades atendidas que estão sendo excluídas para que a prefeitura, de forma autoritária, tome todas as decisões relacionadas ao Cidade Solidária sem consultar a população de São Paulo.
A suspensão da gratuidade no transporte para idosos
A gratuidade para pessoas de 60 a 65 anos no transporte público de São Paulo está suspensa desde 1º de fevereiro deste ano por uma determinação do governador João Dória (PSDB) e do prefeito Bruno Covas (PSDB).
Depois de muita pressão, a Justiça de São Paulo tentou derrubar a determinação, porém, o governo recorreu e conseguiu mantê-la, dificultando ou mesmo excluindo dessas pessoas o direito de usufruirem da cidade em que vivem, para lazer ou trabalho.
A terceirização de UBS referência em hormonoterapia
O tratamento de hormonoterapia foi uma conquista do movimento de transsexuais e travestis. Foi implantado pioneiramente na UBS Santa Cecília, no Centro da cidade, e sua manutenção é a forma de fazer com que essas pessoas normalmente desassistidas pelo poder público possam fazer seu tratamento hormonal de modo seguro e com acompanhamento médico interdisciplinar.
À exemplo do que já ocorreu em outras administrações tucanas, a gestão das Unidades Básicas de Saúde que prestam esse serviço foi terceirizada, entregue pela prefeitura de Bruno Covas à organização social Instituto de Atenção Básica e Avançada a Saúde (IABAS), acusada de desviar 6,5 milhões da saúde do Rio de Janeiro. A terceirização levou à deterioração dos serviços de atenção básica e à uma alta rotatividade de profissionais.
A PM assassinou um de nós
Em 15 de janeiro de 2021, a vida de mais um jovem preto e periférico foi ceifada pela Polícia Militar assassina, em Guaianases, Zona Leste. Gabriel, filho de José Carlos, companheiro do MTST, foi mais uma vítima de um Estado racista e de uma polícia que viola os direitos dos nossos jovens pretos de viver.
Gabriel se foi cedo demais. Sua família, dilacerada, luta por justiça. O MTST luta por justiça. Não sairemos das ruas até que seja feita justiça por Gabriel!
Gabriel Presente! Hoje e sempre!