Logo do MTST
  • Instagram
  • Facebook
  • Twitter
  • Youtube
  • Tik Tok

Carta das(os) Trabalhadoras(es) Sem-teto para a sociedade brasileira

15 de junho de 2023

Documento, produzido ao final do evento de celebração dos 25 anos do MTST, aborda as diretrizes da luta sem-teto para os próximos anos

 

No marco de 201 anos de uma Independência incompleta, o MTST reafirma o compromisso com a luta por soberania e poder popular e aponta os desafios dos próximos 25 anos.

Se é possível dizer que a falta de moradia é só mais uma das formas com que as sociedades capitalistas oprimem o povo pobre, não se pode dizer que a resistência contra essa opressão é só mais uma luta social. Ela é também um caminho para construir novos sonhos, novas formas de sociabilidade e novas formas de vida.

O surgimento do MTST se deu em um cenário nacional marcado por um governo que, entre outras coisas, pretendia adaptar e submeter o Brasil a um contexto internacional marcado pelo avanço do neoliberalismo.

Nos últimos vinte e cinco anos, o Movimento dos(as) Trabalhadores(as) Sem-Teto tem atuado na organização do povo trabalhador que vive nas periferias dos grandes centros urbanos do país. A experiência acumulada nessa longa história de construção da resistência popular urbana impõe a tarefa de ampliarmos nossos sonhos por um mundo mais justo e sem desigualdades. Assim, os desafios colocados para o futuro exigem que a luta pela moradia esteja articulada, cada vez mais, com o combate à fome e a reivindicação por mais direitos para as pessoas que vivem do próprio trabalho. Por isso, nos próximos vinte e cinco anos, lutaremos por mais teto, trabalho e pão.

Vale destacar ainda que, entre nossos compromissos para o próximo período histórico, também está a necessidade de jamais abandonar a defesa dos interesses do povo trabalhador. Esse compromisso, que será buscado a partir da organização de quem vive nas grandes periferias urbanas, não perderá de vista o desafio de, ao mesmo tempo, enxergar e combater os problemas estruturais do capitalismo, sem jamais virar as costas para o sofrimento e as dores que marcam a vida concreta das pessoas.

Assim, os primeiros vinte e cinco anos do MTST testemunham nossa capacidade de resistir às opressões e sonhar com um novo mundo. Se a luta urbana é nossa forma de resistência, a ampliação dos nossos sonhos é o nosso melhor alimento.