Bolívia não vai desistir de tentar saída ao mar, diz Evo Morales em Haia
Presidente discursou após Corte Internacional de Justiça determinar que Chile “não tem obrigação legal” de negociar saída ao Pacífico com bolivianos; líder chileno chamou decisão de “triunfo histórico”
O presidente da Bolívia, Evo Morales, disse durante discurso nesta segunda-feira (01/10) em Haia, na Holanda, que seu país seguirá tentando negociar o acesso ao oceano Pacífico com o Chile e que não renunciará às tentativas de acabar com o que classificou como “enclausuramento” do país, que não tem saída ao mar.
O pronunciamento de Morales ocorreu logo após a Corte Internacional de Justiça em Haia (CIJ) rejeitar o pedido boliviano que obrigaria o Chile a fazer negociações sobre saída para o mar. A solicitação, enviada em 2013, foi recusada por 12 votos a três, e prevê que “a nação chilena não tem obrigação legal” de negociar.
Junto a autoridades, Morales disse que o Tribunal está ciente da pendência entre os dois países e falou que sua intenção de resolver a situação é “uma necessidade”.
“A Corte entende perfeitamente que é um tema pendente entre Bolívia e Chile. Não é só uma obrigação, como uma necessidade. Não somente para os dois países, mas para a toda a região”, disse.
Morales leu parte do informe emitido pela CIJ, reiterando o trecho em que o documento cita o “interesse mútuo” das partes em resolver o caso. O mandatário também mencionou a decisão do órgão internacional de não interromper o que foi feito até o momento.
“Saúdo a decisão da Corte Internacional de Justiça de continuar com o diálogo”, afirmou.
O líder também disse entender a decisão do Tribunal da Haia de continuar o diálogo, mas afirmou que o lado boliviano “está com a Justiça”. Segundo Morales, a manutenção das negociações necessita da cooperação entre órgãos locais e internacionais.
“O povo boliviano e do mundo sabe que nos foi tirado o acesso soberano ao oceano Pacífico. O trabalho conjunto de equipes nacionais e internacionais nos permitiu dar seguimento a algo tão importante que é voltar ao oceano Pacífico. Estamos com a justiça, temos razão e por isso entendo a posição da Corte de continuar o diálogo com ambas as partes”.
Reação do governo chileno
Em resposta à rejeição da Corte de Haia, o presidente chilena Sebastián Piñera postou um vídeo, em sua conta pessoal do Twitter, celebrando a decisão. O líder chamou a decisão de “triunfo histórico”.
“Hoje vivemos um triunfo histórico para o Chile, o direito internacional, o respeito aos tratados e a defesa do nosso território, mar e soberania. A Corte de Haia rejeitou categoricamente a demanda da Bolívia e confirmou plenamente nossa posição”.
Fonte: Opera Mundi