Coletivo LGBT MTST | Impactos da pandemia na população LGBT
A pandemia de coronavírus agravou problemas para a população LGBT, referentes ao trabalho, à renda, à saúde mental e à vida. A questão da saúde mental é um dos fatores cruciais, já que a população LGBT tem altos índices de problemas de saúde mental — essa é uma das maiores preocupações. Nesse período, o atendimento psicológico que seria necessário não é fornecido pelo governo, sendo que a ministra dos Direitos Humanos, Mulher e Família, Damares Alves, diz que é para as pessoas LGBT falarem com “amigos e familiares”.
Além do preconceito que compromete a saúde mental e a nossa vida, nossa população se depara com um outro descaso, que é o desemprego. A título de comparação, a taxa de desemprego no Brasil durante o primeiro trimestre de 2020 foi de 12,2%, de acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e a taxa de desemprego da população LGBT é de 21,6%, segundo estudo da UNICAMP e UFMG.
Antes da pandemia a taxa de desemprego já era grande, o que nesse momento se agravou, desafiando a sobrevivência da nossa população, já que o trabalho informal e a prostituição são inviáveis em isolamento social e o auxílio emergencial disponibilizado pelo Governo Federal é insuficiente ou burocratizado.
Infelizmente, desde que o isolamento social começou a ser adotado para conter a pandemia, assassinatos de pessoas trans e travestis subiram, como aponta o levantamento feito pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais. Além da subnotificação desses casos, o governo Bolsonaro ignora os dados e não propõe algo para mudar isso — pelo contrário, incentiva a LGBTfobia.