Pior que Temer! Bolsonaro ataca a Previdência Social; não é reforma, é o fim das aposentadorias
Não se deixe enganar: quando as TVs e jornais falam em Reforma da Previdência, o que realmente está sendo proposto por Bolsonaro é o fim das aposentadorias dos trabalhadores.
Entre as maldades que o governo dos ricos quer enfiar goela abaixo dos brasileiros, as piores são:
– aumento da idade mínima para aposentadoria 65 anos, para homens e mulheres;
– 40 anos de contribuição formal para aposentadoria integral;
– descontar período de afastamento por doença do cálculo da aposentadoria;
– ‘capitalização’ da Previdência. Na prática, o trabalhador terá de fazer uma poupança para se aposentar, com grandes chances de receber na velhice MENOS DE UM SALÁRIO MÍNIMO!
Não se deixe enganar. A aposentadoria é um direito social do povo. Os trabalhadores merecem respeito!
Bolsonaro ataca a Previdência Social; não é reforma, é o fim das aposentadorias
Que o governo do capitão Bolsonaro seria de ataques contínuos aos trabalhadores, movimentos sociais e minorias, disso ninguém tinha dúvidas. Mas, a cada dia, fica mais claro o objetivo de acabar com todos os vestígios de direitos sociais e garantias de vida digna à população brasileira.
Nos últimos dias ‘vazaram’, na imprensa, algumas das propostas da equipe de Bolsonaro em relação à Previdência – enquanto os meios de desinformação tratam esses ataques como Reforma da Previdência, temos de ter a clareza do que se trata realmente o plano: o virtual fim das aposentadorias dos trabalhadores.
Seguindo uma linha já adotada em sua campanha, o, agora presidente, Bolsonaro, não esclarece quais são suas reais propostas para a Previdência. Na base do “tem que mudar tudo isso daí”, o capitão se cala no tema, enquanto seus assessores vão indicando, aos poucos, o que vem por aí. E não é nada bom para os trabalhadores.
Entre as propostas sugeridas, destacam-se alguns absurdos como o aumento da idade mínima de aposentadoria para 65 anos para homens e mulheres, independentemente do tempo de contribuição. E falando em absurdo, a proposta do governo dos patrões é aumentar o tempo mínimo de contribuição para ter direito a benefício integral para 40 ANOS! Isso num país em que mais da metade da população não tem emprego formal.
Outra maldade, já exposta por Bolsonaro, é a ideia de descontar o tempo de afastamento por doençado cálculo da aposentadoria. Assim, aquele trabalhador que contribuiu com o INSS por ao menos 15 anos e, hoje, pode se aposentar por idade (65 anos para os homens e 60 para as mulheres) teria descontado do cálculo o período afastado por doença. Se ele passou um ano afastado, teria de trabalhar mais um ano para ter direito à aposentadoria por idade – até os 66 anos. Se a doença o privou de trabalhar por dois anos, a aposentadoria é adiada até os 67 anos. E assim, sucessivamente.
Essas propostas doentias dos engravatados de Bolsonaro significam que aquele trabalhador da construção civil, que começou a carregar saco de cimento nas costas aos 20 anos, ainda terá de se expor aos esforços físicos e riscos da profissão quando já for um idoso – serão mais de 40 anos de trabalho pesado para ter direito a se aposentar e sem ter, ao menos, a garantia de receber um salário mínimo.
Como assim não tem a garantia de receber um salário mínimo?
Pois é. O governo Bolsonaro, que é feito por patrões e para patrões, quer incluir no seu pacote de implosão da Previdência o modelo de capitalizaçãopara os trabalhadores. E o que isso significa? Significa que, em vez de contribuir para o INSS, que garante sua aposentadoria no futuro, o trabalhador terá de colocar sua contribuição em um BANCO PRIVADO. Assim, dependendo das decisões deste banco (ele poderá usar o dinheiro dos trabalhadores em apostas financeiras para aumentar seus lucros e perder dinheiro, ou usar os lucros para turbinar os bônus aos seus executivos), no dia da aposentadoria o trabalhador pode ficar sabendo que os rendimentos de sua capitalização foram insuficientes – logo, ele poderá ter uma aposentadoria menor do que um salário mínimo.
A própria proposta vazada pela equipe de Bolsonaro admite o pagamento de aposentadorias abaixo do salário mínimo. Se ganhando um salário, um aposentado mal consegue pagar suas contas, imagine sem ganhar nem isso?!
Ah, mas isso é exagero, não é?
Não, não é. O Chile, da ditadura do general Augusto Pinochet, privatizou a Previdência e criou o sistema de capitalização na década de 80. E o que aconteceu? 80% dos aposentados recebem menos de um salário mínimo e 44% deles estão ABAIXO DA LINHA DA POBREZA!!!(leia mais aqui).
Na capitalização, o trabalhador também é penalizado sempre que passar um período desempregado. Neste modelo de exploração capitalista total, a vítima do desemprego não consegue contribuir para sua capitalização. Logo, se um dia conseguir se aposentar, vai ser punido com redução na sua aposentadoria por ter ficado desempregado em alguns momentos durante sua vida de trabalho. É a dupla punição ao trabalhador – desempregado e mais longe da aposentadoria.
Mas a previdência está quebrada, não está?
Essa é mais uma das mentiras repetidas insistentemente pelos meios de comunicação para justificar a “necessidade da Reforma da Previdência”. Diversos estudos independentes mostram que se as contribuições dos trabalhadores ao INSS fossem realmente direcionadas à Previdência Social(e não desviada pelo Governo Federal para outros fins, como o pagamento de juros absurdos para bancos), haveria dinheiro mais do que suficiente para o pagamento das aposentadorias.
E se vamos falar em rombo, que tal falar nas dívidas bilionárias dos grandes empresários (muitos deles deputados) com o País? Em 2016, as dívidas com a União passavam de R$ 1,8 TRILHÃO!Isso sem falar nos benefícios fiscais distribuídos a rodo para as grandes empresas (muitas delas multinacionais). São bilhões e bilhões anuais em descontos de impostos, sem nem mesmo a contrapartida de manutenção de empregos. Isso tudo somado, geraria dinheiro mais do que suficiente para manter a Previdência e melhorar os serviços públicos de Saúde, Educação e Transporte do País, além de facilmente acabar com o deficit habitacional. Seria teto, terra, saúde, educação e segurança para todos!
A reforma vai combater os privilégios?
Essa pergunta é de fácil resposta. É claro que NÃO!A Reforma da Previdência do Bolsonaro e sua trupe vai penalizar os trabalhadores pobres e a classe média assalariada, mas vai poupar os verdadeiros ‘marajás’, com aposentadorias de dezenas de milhares de reais por mês (como políticos e algumas carreiras da elite do Judiciário). Um exemplo simples e claro de que a reforma não é para todos já foi dado pelo general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ministro da Secretaria de Governo do Bolsonaro. Ele já avisou que a reforma não vai valer para os militares. Só lembrando, no Chile da ditadura Pinochet a ‘maravilhosa’ reforma da Previdência também não valeu para os militares. Pimenta nos olhos dos outros é refresco?
O verdadeiro interesse de quem defende a Reforma da Previdência não é garantir as aposentadorias dos trabalhadores. É desviar centenas e centenas de bilhões de reais do INSS para bancos privados. Exagero? Pois saiba que apenas o PREVI, fundo de pensões dos funcionários do Banco do Brasil, possui ativos de R$ 170 BILHÕES! Imagine quanto dinheiro vai sair do bolso de todos os trabalhadores para os maiores bancos do País com o esvaziamento da Previdência pública!
E abra o olho!
As propostas absurdas de mudanças na Previdência, e divulgadas nos últimos dias, podem ser só uma forma de assustar a população que, depois do choque inicial, aceitaria uma ‘reforma’ um pouco menos radical – mas igualmente prejudicial. Não vamos nos deixar enganar!
Essas são algumas das razões pelas quais o MTST vai lutar contra as propostas de destruição da Previdência pelo governo Bolsonaro. Aposentadoria é um direito de todos os trabalhadores brasileiros e não uma oportunidade para lucros exorbitantes para meia dúzia de bancos.
Quem passou a vida trabalhando merece aposentadoria e respeito, e não um futuro onde terá de trabalhar até morrer para não passar fome.
Combater os retrocessos é o dever de todo brasileiro!
MTST, a luta é pra valer!